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Afrânio da Costa, atleta do Fluminense e torcedor apaixonado pelo clube, é o nome da primeira medalha olímpica da história do Brasil. Há exatamente 104 anos, no dia 02 de agosto de 1920, o atirador esportivo garantiu a prata na prova de pistola livre 50 metros nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, Bélgica, edição que marcou a estreia do país na competição.
Além da prata, o tricolor faturou a medalha de bronze na prova por equipes no mesmo dia. O terceiro lugar no pódio foi conquistado ao lado de Sebastião Wolf, Fernando Soledade, Dario Barbosa e Guilherme Paraense. Este último, torcedor do clube, ainda conquistaria o primeiro ouro olímpico, no tiro rápido 25 metros, no dia seguinte. Toda a equipe se preparou para a competição no estande de tiro do Fluminense, em Laranjeiras. As medalhas de prata e bronze e as pistolas utilizadas na competição estão expostas no Museu Fluminense FC, na sede do clube.
A importância de Afrânio da Costa nos Jogos Olímpicos Antuérpia 1920 teve início antes do início da competição. Foi ele, como diretor esportivo do Fluminense ao lado do presidente do clube à época, Arnaldo Guinle, o responsável pela construção do estande de Laranjeiras, inaugurado em 1919.
O papel fundamental do atleta também foi evidenciado na trajetória da equipe até a Bélgica. A bordo do navio Curvello, a viagem até o país sede dos Jogos foi conturbada. Sem lugares na primeira classe, os atletas foram acomodados na terceira e alguns decidiram dormir no bar e no fumoir, espaços mais amplos. Em uma parada na Ilha da Madeira, Portugal, perceberam que chegariam no destino final apenas no dia 5 de agosto, e as provas de tiro esportivo começariam no dia 28 de julho. A solução foi desembarcar em Lisboa e seguir até a Antuérpia de trem. Eles só não contavam que a viagem seria feita debaixo de chuva e em vagões descobertos. Ao chegar na sede dos Jogos, os atiradores descobriram que a competição havia sido adiada em uma semana.
Para piorar, em uma parada em Bruxelas, os alvos de treinamento e a munição da equipe foram roubados. Com a participação brasileira ameaçada, Afrânio entrou em ação e encontrou a solução que renderia as primeiras medalhas olímpicas do país. O Tricolor se aproximou do chefe de equipe dos Estados Unidos, coronel George Sanders, e conseguiu o empréstimo de duas pistolas e duas mil balas. O esforço valeu à pena, com ouro, prata e bronze, as únicas medalhas conquistadas pelo Brasil naquela edição dos Jogos Olímpicos.
Antes de falecer em 28 de julho de 1979, no Rio de Janeiro, com 87 anos, e ser velado na sede do Fluminense, o atleta ajudou a fundar a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, tendo sido um de seus presidentes de 1947 a 1962, e foi vice-presidente da União Internacional de Tiro.
Em fevereiro de 2024, Afrânio da Costa foi eleito para integrar o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em reconhecimento à sua trajetória, representatividade e feitos históricos para o país.
Texto: Comunicação/FFC
Fotos: Reprodução e Marina Garcia/FFC