Na véspera da partida contra o Internacional, Calegari foi chamado à sala de Marcão no CT Carlos Castilho. Lá, foi questionado se estava preparado e ouviu que o treinador confiava nele. A “convocação” era para que o Moleque de Xerém voltasse à sua posição de origem e atuasse como volante para suprir a ausência de três desfalques importantes. Ele não titubeou e garantiu que estava preparado. E estava mesmo. Fundamental na vitória por 1 a 0 nesta quarta-feira (24/11), o jovem jogador viveu uma noite que lembrará para sempre, da comunhão com a torcida nas arquibancadas do Maracanã, onde seu nome ecoou, à comemoração com o filho Theo, de apenas um ano.“Eu falei antes do jogo que a torcida era de extrema importância para a gente, independentemente de a gente estar vencendo, empatando ou perdendo. E a gente decidiu no campo jogar as camisas, o Fred falou com a gente e todo mundo concordou, porque o apoio da torcida foi sem igual, nos ajudou muito nessa vitória, como um 12º jogador dentro de campo. Um sentimento inexplicável. E também quando eu saí do jogo, a torcida cantando meu nome, eu sempre sonhei com isso. Agora é continuar trabalhando para ter isso mais vezes”, disse Calegari, sobre o apoio dos mais 18 mil tricolores que compareceram ao Maracanã:Leia mais: Fluminense chega a cinco vitórias seguidas e é o terceiro melhor mandante do Brasileirão“Desde o último jogo o apoio deles foi imensurável para a vitória. E dentro de campo a gente está focado no jogo, mas com o canto e o apoio deles o sague ferve, o coração ferve e com certeza dá um gás a mais para a gente correr atrás”.Sem André, suspenso; Martinelli, lesionado; e Nonato, que não pode entrar em campo por força de contrato, Calegari precisou reviver os tempos em que atuava como volante. E mostrou toda sua polivalência.“Foi uma responsabilidade muito grande substituir o André e o Martinelli, que vêm jogando muito bem. O Marcão me chamou ontem (terça), perguntou se eu estava pronto e disse que confiava em mim. Eu disse que sim, que já havia jogado de volante, conheço o espaço. Treinamos e eu consegui relembrar os movimentos. E graças a Deus deu tudo certo”, disse ele, antes de comentar sobre a exigência física do setor:Leia mais: Fluminense vence o Inter no Maracanã e fica a um ponto do G-6“No começo eu senti um pouco, foi como uma novidade fisicamente, pois no meio-campo há uma mais troca de direção e movimentos curtos, diferentemente da lateral, em que os movimentos são mais longos. Mas ao longo do jogo eu fui me adaptando, adquirindo ritmo e consegui chegar até os 45 fazendo o meu máximo para conseguirmos a vitória”.Alguns minutos antes do apito final, Calegari foi substituído e se arrepiou com a arquibancada entoando seu nome a plenos pulmões. Depois, de quebra, teve a oportunidade de comemorar com seu filhinho Theo, que marcou presença no Maracanã.“É muito legal e eu tenho isso todo dia em casa. É muito bom ter minha esposa e meu filho comigo. Quando entrei em campo e eles estavam sentados ali... A gente já vinha conversando, ela sempre diz que confia muito em mim e que estava comigo. Então busquei inspiração neles e depois do jogo poder abraçá-los é um sentimento sem igual”.
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Confira outros trechos da entrevistaJogadas com Samuel Xavier
"A gente treinou muito essa movimentação (com Samuel Xavier pelo lado direito) para criar os espaços. A gente sabia que o Inter tinha um pouco de problema naquela marcação quando tinha muito movimento, então treinamos e conseguimos colocar em prática".Espírito guerreiro
"A gente entrou ligado no jogo e fez um gol logo no início. A partir dali foi no coração. Foi na determinação, na garra, no nosso escudo e no espírito guerreiro. Do começo até o final. E quando o juiz apita o fim do jogo é inexplicável, valeu a pena todo o nosso esforço. Mas não podemos esquecer que ainda temos mais três decisões que serão de extrema importância para nosso objetivo, que é a vaga na Libertadores".Atacar de frente para a torcida
"No primeiro tempo a gente entra focado e está atacando para o outro lado. Mas no segundo tempo, quando todo mundo já está mais cansado, ali que a gente consegue ainda mais perceber que o apoio deles é de extrema importância. A gente consegue sentir mais e correr mais um pouco".
Próximos jogos
"Nos últimos jogos a gente vem vencendo dentro de casa e muito por conta do apoio da torcida. Mas a gente não vem tão bem assim fora de casa. Só que se é uma final para o Atlético-MG, também é uma final para a gente. A gente está buscando uma vaga direta na Libertadores e a gente vai entrar para ganhar, para buscar nossos pontos. E contra o Bahia também. Temos totais condições de sair com as vitórias para conquistarmos nosso objetivo".Fotos: Lucas Merçon/FFCTexto: Comunicação/FFC