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Obrigados a treinar em casa devido a pandemia do coronavírus, os atletas do Fluminense encaram um novo desafio após quase dois meses de quarentena: manter a motivação e o foco diante da falta de perspectiva de retornar aos treinamentos presenciais e às competições. Para ajudá-los a enfrentar o problema, o Tricolor conta com o trabalho da psicóloga esportiva Anna Paula Rocha, há 16 anos no clube.
A primeira medida tomada por Anna Paula no início do confinamento, em meados de março, foi criar uma cartilha com dicas para os atletas se adaptarem à nova rotina e grupos de Whatsapp para que pudessem manter contato e tirar dúvidas quando necessário. Agora, a psicóloga tem feito vídeochamadas para entender melhor as necessidades de cada um.
"Estamos fazendo dinâmicas de grupo com as equipes e também começamos a fazer dinâmicas com temas específicos. Essa semana será sobre ansiedade e, semana que vem, sobre estresse. Também aplico um questionário para avaliar o humor dos atletas e tentar perceber alguma coisa que às vezes nem eles mesmos percebem. Neste questionário avaliamos tensão, depressão, angústia, que está ligada a raiva, vigor, fadiga e confusão, geralmente ligada a um estado de tristeza alto", explicou Anna Paula, que ressaltou. "Sempre antes de aplicar qualquer técnica, que chamamos de treinamento das habilidades psicológicas, faço um trabalho psicoeducativo explicando o que é, como funciona e para que serve".
Há quase 60 dias em confinamento, um dos maiores problemas é a ansiedade. Para combatê-la, são utilizadas técnicas de meditação guiada. A psicóloga gravou um áudio que pode ser utilizado pelos atletas quando eles quiserem.
"Através do treinamento de mindfulness, trabalhamos a atenção plena para depois acalmar a mente. Quando conseguimos acalmar a mente, focamos na tarefa que precisamos fazer no momento. Se focarmos no futuro, geramos uma ansiedade muito grande. Esse trabalho vai além do esporte, vai ajudar na vida de todos os atletas. O ideal é que seja praticado todos os dias", explicou Anna Paula.
Um dos principais nadadores do Fluminense, Ícaro Ludgero acredita que, neste momento, a parte psicológica é ainda mais importante que a física.
"A psicologia tem me ajudado bastante. Já trabalho com a Anna Paula há quatro anos e tenho total confiança nela. Estamos passando por uma situação inédita, nunca tinha ficado tanto tempo sem treinar na piscina e isso é muito difícil para um atleta. Gera muita ansiedade e preocupação com o futuro. Então já trabalhamos a falta de motivação, a ansiedade e a incerteza do futuro no esporte. Se não fosse esse trabalho psicológico ia ser bem mais complicado. Toda vez que converso com ela, saio mais motivado, com a cabeça mais tranquila. Nesse momento complicado, a psicologia é essencial", afirmou o nadador.
Técnico do time sub-19 de basquete do Fluminense, Luis André elogiou o trabalho psicológico feito pelo clube.
"A vídeoconferência foi muito bacana. A ideia inicial era entender como estão os atletas e seu familiares nesse momento de pandemia. Eles externaram suas angustias, falaram um pouco do dia a dia e a psicóloga se colocou a disposição caso eles precisassem de algo. Agora estamos conversando para combinar como será a próxima dinâmica", disse o treinador.
Texto: Comunicação/FFCFoto: Arquivo pessoal