Depois de fazer uma apresentação em que fez um balanço das principais conquistas dentro e fora do campo em seus dois anos de gestão à frente do clube, nesta sexta-feira, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt responde a perguntas de jornalistas no CT Carlos Castilho. Em uma entrevista coletiva transmitida ao vivo pela FluTV, ele esclareceu alguns pontos importantes.Confira todas as respostas abaixo:Processos contra Vale Express, Dry World e Matte Vitton“As ações seguem em curso. A gente tentando receber, mas ainda sem êxito. Uma coisa é você ganhar o processo, outra coisa é você receber. A empresa que está sendo acionada tem que ter capacidade de pagamento. Se ela não tiver, a gente não consegue receber. Estamos lutando nesses processos, mas ainda não recebemos valores. É justamente por isso que criamos nosso comitê de compliance. Especialmente quando negociamos patrocínios, quando trazemos marcas para o clube. Porque os inadimplementos eram muito grandes. É muito criterioso hoje para que uma empresa possa colocar uma marca na nossa camisa. Temos sido muito criteriosos na entrada, para não virar um processo futuro”.Venda de Orejuela“Eles (LDU) venderam o Orejuela para o Querétaro. A gente tinha que receber US$ 1,5 milhão, mas o clube teve dificuldade e nos fez uma proposta para pagar em dez parcelas – era à vista. Aceitamos e estamos recebendo gradativamente”.Recebimento de parcela de vendas“O Porto só pagou 50% da primeira parcela porque passa por dificuldades financeiras também, assim como quase todos os clubes no mundo. Devem pagar a outra metade da primeira parcela em breve. Mas tem boa relação conosco. Optamos em não ajuizar, porque há custo financeiro e porque temos boa relação. E da mesma forma que esperamos que nossos credores tenham paciência, nós também temos um nível de compreensão. Temos certeza que, aos poucos, vamos recebendo”.E de mecanismos de solidariedade da Fifa“Nós recebemos sim esses valores. Recebemos parcelado quando as compras são parceladas. Recebemos no mesmo dia que o clube que vendeu recebe a parcela da compra. Em alguns casos se paga diretamente, em outros o clube faz o repasse. Do Wendel estamos recebendo direitinho. A relação com a Fiorentina (Pedro) é boa, estamos recebendo o do Gilberto direitinho. A Fifa faz um controle muito grande”.Expectativa do retorno do público“O posicionamento do Fluminense é o mesmo: a favor da ciência. Quando a ciência e os órgãos competentes definirem que a gente pode ter o retorno gradativo do público - porque acho que será gradativo, como vem sendo na Europa - nós retornaremos com o público. Tem que haver igualdade. Ou seja, se retornar o público, tem que retornar para todo mundo. Esse foi o entendimento no ano passado. Quando algumas cidades falavam de retorno ao público, eu mesmo fui um dos presidentes que me manifestei contra. A maior punição que um clube pode receber na Justiça Desportiva é não ter a sua torcida no estádio: perda de mano e portões fechados. Hoje estamos todos punidos pelos problemas da pandemia. Não é justo, por exemplo, que joguemos com público em um estádio qualquer e não possamos ter nossa torcida aqui e vice-versa. Na época, se falava em voltar público no Rio. Para ver como nosso posicionamento foi forte, honesto e justo, nós nos posicionamos contra a volta do público. Entendíamos que era injusto que jogássemos com público e os clubes coirmãos jogassem sem. O entendimento da maioria hoje é de, quando voltar, tem que ser no Brasil inteiro. Se não, não tem sentido. Seria uma punição ainda mais drástica ao clube que está em uma cidade que não pode voltar ao público. Não sou cientista, não sou médico, vou falar o que dizem: se tiver 70%, 80% da população vacinada, acho que a gente pode retornar. Quem decide são os médicos, os cientistas e os governantes. O futebol é um mercado de natureza privada, se autorregulamenta, tem os conselhos arbitrais. Ano passado o que ficou decidido que ou volta para todo mundo, ou não volta para ninguém. Nosso posicionamento é o mesmo no sentido de criarmos igualdade para os competidores. É assim que o Fluminense pensa”.Esportes Olímpicos e sede social“Quando a gente se propõe a uma candidatura, você se propõe a recuperar todas as áreas daquela instituição. O nosso projeto de gestão em relação a essas áreas era e é a autossustentabilidade. E os projetos incentivados são fundamentais para essa autossustentabilidade. Esse assunto volta e meia vem à tona, mas o fato da gente publicar os números e ter separado em centro de resultado, a gente está expondo isso. Muitos sabem que no passado esses números eram colocados dentro do balanço sem nenhuma clareza. Esse já o primeiro grande passo de transparência e o primeiro grande passo para recuperar as áreas ou para em um determinado momento dizer: você teve todas as ferramentas para se recuperar e não se recuperou. E a gente tem que fazer cortes. Não é justo que eu tenha me proposto a lutar pela autossustentabilidade dessas áreas e nós, feridos por uma pandemia... Eu não continue dando esse voto de confiança e de credibilidade para que a gente possa recuperar essas áreas. A gente não sabia de uma boa parte da dívida fiscal quando a gente entrou. Nós estávamos excluídos de um parcelamento. Vou falar agora especificamente dos Esportes Olímpicos. O projeto é: "vocês precisam ser autossustentáveis". E o clube tem uma série de projetos já aprovados de autossustentabilidade, só que não temos as verbas, mas não temos as verbas em razão dos problemas deixados, nós não temos as CNDs ainda. O prejuízo aumentou porque o clube ficou fechado, as escolinhas pararam, os campeonatos pararam. A gente precisa voltar a reavaliar essas áreas na hora em que as coisas voltarem ao normal. Se o futebol teve 30, 34% de queda de receita, imagina as áreas que precisam se tornar autossustentáveis. O que é conversado com as áreas? A hora em que tiver todas as condições de autossustentabilidade, nós vamos dar um prazo para isso. Não acontecendo, a gente tem que fazer corte para ficar minimamente no 0 a 0, que é o nosso objetivo. Não vamos sair fazendo caça às bruxas de nada, mas em nenhum momento vamos deixar de cumprir nossa palavra, que foi: criar mecanismos para que todo o clube seja autossustentável. Se, daqui a um tempo, com a economia voltando ao normal, com o mundo voltando ao normal, se não for, a gente senta com as áreas e faz os cortes. E aí espero que as pessoas compreendam”.Novos planos de Sócio Futebol“O programa está pronto e na hora em que o público voltar, a gente bola ele na rua. Mas obviamente vamos criar uma série de programas para atender as pessoas que ficaram pagando sem ter jogo. Por isso, quando eu falo em volta gradativa, eu acredito que a volta vai ser gradativa, a gente vai priorizar os nossos sócios-torcedores que se mantiveram adimplentes mesmo sem a possibilidade de tê-los nos estádios”.Voto online para as eleições de 2022“Tem duas questões estatutárias/eleitorais que eu acredito que a gente precise discutir mais amplamente. As regras da eleição são discutidas pela Assembleia no mês da eleição, se a urna vai ser de papel, eletrônica, hoje ele é híbrida. A gente pode colocar urnas nos locais onde tenham sócios do Fluminense, vamos supor que tecnicamente não fosse possível implementar o voto online... Os sócios podem pagar suas dívidas na tesouraria do clube no dia da votação. Como seria se a gente tivesse o voto online? Isso está no Estatuto do Fluminense, que o sócio tem o direito de quitar suas mensalidades para ter direito a voto. Muita gente poderia se sentir prejudicada por não poder quitar no dia da eleição. Talvez a gente tivesse que criar uma regra para quitar até um mês antes. E o Artigo 139 do Estatuto diz que o voto por procuração é proibido. Há discussões jurídicas de que o voto online possa ser considerado voto por procuração, porque a pessoa pode entregar a senha dela e outra pessoa votar no lugar. Em razão dessas situações, é justo e honesto que eu não tome essa decisão unilateralmente, que eu passe ela por um comitê internamente, que a gente contrate um parecer específico para isso. E quem sabe passe pelo conselho para votar. Por fim, a nós temos outra situação jurídica de que normalmente mudanças eleitorais não podem ser feitas na própria legislatura de quem faz a mudança. Toda mudança estatutária e/o eleitoral exige que ela seja considerada que não foi usada para beneficiar a legislatura atual. Não quero que seja uma decisão minha, quero que passe pelo colegiado. É um desejo nosso, é uma proposta nossa de campanha, nós já contratamos a empresa, que já fez o estudo, tecnicamente é viável, a gente já vem utilizando, com as votações do ônibus, da camisa... Vou falar um segredo que vão brigar comigo: a gente está prevendo para ano que vem uma quarta camisa a ser votada pela torcida. O sistema vai ser implementado, ser juridicamente não tiver problema, a gente já faz em 2022”.Suposta dificuldade de relacionamento com alguns representantesPrimeiramente eu queria dizer que 110% dessas notícias são mentirosas. E não sou eu quem estou dizendo, são os próprios jogadores. Certas mídias que cobrem o Fluminense buscam o dia inteiro caos para tentar destruir um ambiente de estabilidade que a gente criou. Mas como eu já disse em algumas oportunidades, não vão conseguir. Eu acho que essa pergunta deveria ser feita não para o Fluminense, mas para quem está do lado de lá. Porque como eu disse, eu tenho 270 atletas em Xerém com contrato em vigor e mais de 50 atletas entre futebol profissional e Sub-23, que é um projeto do departamento profissional. A maioria deles com os mesmos representantes. Veja você que empresário que representava, nem sei se representa mais, o Miguel, é o mesmo do Calegari. Então eu tenho dificuldade de relacionamento com ele só no caso do Miguel, mas não tenho no caso do Calegari? O empresário dele é o empresário do David Braz. Ele trouxe o David Braz para o Fluminense, mas no caso do Miguel ele tem um relacionamento ruim comigo? No caso do Metinho a mesma coisa. Os representantes do Metinho são os empresários do Biel, do Kayky e de vários outros jogadores. Não vejo nenhuma dificuldade de relacionamento. O caso do Marcos Paulo, por exemplo, foi uma decisão do atleta e de sua família de não renovar. Eles não quiseram ficar. O caso do Metinho também não tem dificuldade relacionamento. Ele foi vendido por milhões de Euros por uma opção da família do atleta, do Fluminense e dos empresários. A gente fez uma proposta de renovação para o atleta quando ele estava no Sub-17 e ele não tinha o interesse de renovar, ele queria ser vendido pois já vinha recebendo propostas da Europa. Aí o clube pede para o jogador se apresentar, a gente autoriza, mas tem dificuldade de relacionamento com atleta? É uma uma notícia mentirosa deslavada e cara de pau para querer ganhar cliques. Eu não posso ver de outra forma.Aliás, ontem houve uma leva de mentiras ridícula, que chegou ao ponto da esposa de um atleta fazer um vídeo dizendo que não suporta mais esse tipo de mentira. O atleta chegou aqui tem 2 meses e a esposa dele já não aguenta mais as mentiras de algumas mídias especializadas do Fluminense. Imagine só que ontem eu ouvi uma frase que eu queria revelar para torcida. Ouvi de uma pessoa da comissão técnica do Fluminense, que me falou: “Presidente, nós trabalhamos no Palmeiras, no Grêmio, no Bahia, nós jogamos assim como o Roger, em vários outros clubes ao longo da vida. E nós nunca vimos algo igual o que acontece aqui do ponto de vista negativo. Nunca vimos nada igual. São 30 anos de futebol e nós nunca vimos em nenhum outro clube a quantidade de venenos e mentiras que acontece com relação dia a dia do Fluminense”. Eu fui obrigado a ouvir isso ontem de uma pessoa da comissão técnica. Quando as pessoas inventam o valor de um salário de um jogador, é um nível enorme de falta de compromisso com o torcedor do Fluminense que me assusta. O atleta sequer tem contrato de imagem. O Abel Hernández sequer tem contrato de imagem. E aí eu dou uma entrevista, não fala o valor, porque eu não falo de salário de ninguém, nunca falarei nem com uma pistola na cabeça. E eu digo que ele veio ganhando a mesma coisa do que ganhava no Inter. Foi isso o que eu falei. Aí a pessoa liga para um outro suposto jornalista que teoricamente cobriu o internacional, que fazia a mesma coisa lá no Sul. Então a fonte do cara que cobre o Fluminense é um jornalista que mente do Sul. Olha o nível que a gente chegou para querer desestabilizar o ambiente. E não é o primeiro caso, já aconteceu com o Samuel. Depois saiu que o Metinho teve uma discussão com Roger. A assessoria do atleta diz que essa discussão nunca aconteceu. Depois tem uma invenção sobre o Jefté, onde o próprio menino vai numa rede social e também diz que “de jeito nenhum” aconteceu algo do tipo. Um garoto que foi criado no Fluminense. É assustador o que está acontecendo. É assustador. Eu não tenho dificuldade de relacionamento com ninguém. O nosso ambiente é maravilhoso, sem falsa modéstia. E isso está aí para todo mundo ver, jogador usando a camisa do clube, pintando o carro com as cores do clube.Nós tivemos cinco jogadores feitos em Xerém no time titular em nossa estreia na Libertadores. Eu quero saber qual é o clube da América do Sul que entra em uma competição da envergadura da Libertadores com cinco jogadores da base no time titular. Eu estou falando de titulares. Ano passado inventaram uma briga do Nene com o Fred! É inacreditável. Não sei qual é a necessidade de fazer isso, mas se o objetivo é causar instabilidade no ambiente, aqui não causa, pode ficar tranquilo. Perdem tempo, gastam horas e horas em lives, mas aqui dentro não acontece nada, nenhuma interferência, não bate nem no muro do CT. Não interfere e não vai interferir porque o ambiente é ótimo, os jogadores são ótimos e as pessoas que trabalham no clube são ótimas. Nosso relacionamento com os representantes também é ótimo. Só que infelizmente o representante também às vezes não controla família dos atletas. Lamento profundamente que essas coisas estejam acontecendo, isso não é notícia, isso é fofoca inventada. Mas posso falar uma coisa para você, a torcida já sabe, ela já percebeu quem critica quando tem que criticar, que ela apoia quando tem que apoiar, que ela faz críticas honestas e justas, porque ela é apaixonada pelo clube. Ela sofre quando perde assim como eu também sofro. A torcida já entendeu quem é que faz notícia e quem é que faz fofoca e quer prejudicar o ambiente”.Fotos: Mailson Santana/FFCTexto: Comunicação/FFC
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