02/08/2020 10:00 - EM
Olímpico
Há cem anos, Tricolor conquistava primeira medalha olímpica do Brasil
Afrânio da Costa faturou prata no tiro esportivo nos Jogos Olímpicos Antuérpia 1920, estreia do país na competição


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Há exatamente 100 anos, um atleta do Fluminense conquistava a primeira medalha olímpica do Brasil. No dia 02 de agosto de 1920, Afrânio da Costa ficou em segundo lugar na prova de pistola livre 50 metros e ganhou a prata nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, Bélgica, edição que marcou a estreia do país na competição. No mesmo dia, o atirador Tricolor ainda faturou o bronze na prova em equipe, ao lado de Sebastião Wolf, Fernando Soledade, Dario Barbosa e Guilherme Paraense. Este último ainda conquistaria o primeiro ouro olímpico brasileiro no dia seguinte, no tiro rápido 25 metros. As medalhas de prata e bronze e as pistolas utilizadas na competição estão expostas na Sala de Troféus do clube, na sede em Laranjeiras.

Fluminense e Afrânio da Costa tiveram papel fundamental na conquista das primeiras medalhas olímpicas do Brasil. Foi no estande de tiro de Laranjeiras, inaugurado em 1919, que a equipe brasileira se preparou para os Jogos da Antuérpia e, já na Bélgica, o atleta acabou salvando a participação do país na modalidade.

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A bordo do navio Curvello, a viagem até a Bélgica foi conturbada. Sem lugares na primeira classe, os atletas foram acomodados na terceira e alguns decidiram dormir no bar e no fumoir, espaços mais amplos. Em uma parada na Ilha da Madeira, Portugal, perceberam que chegariam no destino final apenas no dia 5 de agosto, e as provas de tiro esportivo começariam no dia 28 de julho. A solução foi desembarcar em Lisboa e seguir até a Antuérpia de trem. Eles só não contavam que a viagem seria feita debaixo de chuva e em vagões descobertos. Ao chegar na sede dos Jogos, os atiradores descobriram que a competição havia sido adiada em uma semana.

Para piorar, em uma parada em Bruxelas, os alvos de treinamento e a munição da equipe foram roubados. Com a participação brasileira ameaçada, Afrânio entrou em ação e encontrou a solução que renderia as primeiras medalhas olímpicas do país. O Tricolor se aproximou do chefe de equipe dos Estados Unidos, coronel George Sanders, e conseguiu o empréstimo de duas pistolas e duas mil balas. O esforço valeu à pena, com ouro, prata e bronze, as únicas medalhas conquistadas pelo Brasil naquela edição dos Jogos Olímpicos.

"A equipe brasileira foi um dos mais fortes conjuntos de tiro apresentado nos Jogos Olímpicos. E esta, aliás, foi a opinião dos críticos que assistiram ao desenrolar das provas. Os brasileiros sempre sabem cumprir o seu dever", disse Afrânio ao jornal "O Paiz".

Cem anos depois, Cristina Balthazar, sobrinha neta de Afrânio, relembra com carinho a forma como o atleta se referia às suas conquistas.

"Eles foram completamente desacreditados, não almejavam conquistar medalhas, enfrentaram muitas dificuldades, foram roubados", lembrou Cristina, que ainda destacou o carinho do herói olímpico pelo Tricolor. "Ele era um torcedor apaixonado, sempre dizia que fez tudo pelo Fluminense e que o troféu era do clube. Logo depois que ele faleceu, os troféus foram entregues, o Fluminense pode se orgulhar de ter a primeira medalha olímpica do Brasil porque, pelo que ele dizia, as medalhas eram do Fluminense e não dele", concluiu.

Nascido em 14 de março de 1892, em Macaé, Rio de Janeiro, Afrânio da Costa também teve atuação destacada como dirigente. Foi diretor de tiro esportivo do Fluminense e, ao lado do então presidente do clube Arnaldo Guinle, construiu o estande em Laranjeiras. Ajudou a fundar a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, tendo sido um de seus presidentes, e foi vice-presidente da União Internacional de Tiro. Faleceu em 28 de julho de 1979, no Rio de Janeiro, com 87 anos, e velado na sede do Fluminense.

Amor ao Tricolor

Dono do primeiro ouro olímpico do Brasil, Guilherme Paraense também não escondia sua paixão pelo Fluminense. Flavio Guilherme Paraense, neto do atirador, conta como o avô via o feito com orgulho e como dever ao país e ao clube de coração.

"Ele era reservado e eu criança. Minha avó Belina dizia que ele, por ser militar, era orgulhoso do feito, mas encarava como uma obrigação e dever. Não tinha soberba com o feito. Era um patriota. E Tricolor como eu", finalizou Flavio.

Texto: Comunicação/FFC
Fotos: Reprodução





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