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Na manhã desta sexta-feira, o Fluminense inaugurou a placa que nomeia o centro de treinamentos e homenageia o histórico goleiro Carlos Castilho. Em cerimônia comandada pelo presidente Mário Bittencourt e contou com a presença da família do ídolo - os filhos Carlos Roberto Lopes de Castilho e Shirley Lopes de Castilho, e o neto João Victor Marques de Castilho -, o goleiro campeão brasileiro em 1984 e tricampeão carioca (1983, 84 e 85) Paulo Victor, os arqueiros Muriel, Marcos Felipe e João Lopes, os preparadores André Carvalho, João Carlos Gonçalves e Josmiro de Goés, e Jair Marinho Filho, filho de Jair Marinho, ídolo e contemporâneo de Castilho.
Na entrada do prédio do Centro de Treinamentos Carlos Castilho, o presidente Mário Bittencourt descerrou a bandeira do Fluminense que cobria a placa que homenageia o ídolo. O mandatário tricolor falou sobre a homenagem.
- Essa era uma homenagem que a gente tinha obrigação a fazer. Um respeito a memória daquele que é, para nós tricolores, o maior jogador da história do Fluminense. O profissional que tirou um pedaço do seu próprio corpo para continuar defendendo o Flu. É o jogador que mais representa o amor à instituição, um símbolo do que é o Fluminense. Por um movimento feito pela comunidade tricolor, o Castilho foi o nosso escolhido quase que unânime para dar nome ao nosso Centro de Treinamentos. A idolatria em um clube de futebol é a eternidade. Tantos anos depois e ainda estamos aqui falando do Castilho. Isso significa que ele nunca nos deixou e nunca vai nos deixar.
- Tenho uma ideia de criar uma escola de goleiros do Fluminense, tendo os nossos goleiros e ex-goleiros nos ajudando. E nada melhor do que ter o Castilho como nome do nosso Centro de Treinamentos, para que nossa história fique cada vez mais sólida.
Shirley Lopes de Castilho e Carlos Roberto Lopes de Castilho, filhos de Carlos José Castilho, se emocionaram com a homenagem. Com a voz embargada, a primeira agradeceu ao clube.
- Estou bastante honrada e emocionada de estar aqui. Meu pai contou a história dele e eu pude vivenciar o amor que ele tinha por este clube. Nada mais justo do que essa homenagem. Tenho certeza que, onde quer que ele esteja, ele está muito feliz - disse Shirley.
- Quero agradecer a mais essa homenagem, que só comprova que o meu pai ainda continua sendo uma referência para o clube, até mais como jogador, mas como exemplo de homem e profissional, que dedicou quase 20 anos da vida dele ao clube, tomando atitudes até muito radicais, que até hoje acho que não tem igual, para continuar sempre honrando e reforçando o amor ao clube. Quero agradecer também à torcida do Fluminense, que até hoje tem o nome do meu pai como uma referência, mesmo os jovens - completou Carlos Roberto.
Paulo Victor, campeão brasileiro em 1984 e tricampeão carioca em 1983, 84 e 85, esteve presente na homenagem. O ex-goleiro tricolor trabalhou com Castilho e contou um pouco sobre a sua relação com o ídolo.
- Tive a honra e o prazer de conhecê-lo como treinador do Operário-MS. Pelo Fluminense, fomos enfrentá-los e quando acabou o jogo, o cumprimentei e o agradeci por tudo que ele fez pelo Fluminense. Até hoje lembramos do que ele fez. Isso fica marcado. A gente passa, o clube fica e a história não muda. Sempre que entrarmos aqui, ele será lembrado como o Castilho. Fico muito feliz de estar hoje aqui - disse Paulo Victor.
Representando os goleiros e preparadores do Fluminense presentes na homenagem, Muriel, atual titular, falou sobre a sensação de trabalhar diariamente em um centro de treinamentos que tem o nome de um goleiro.
- É muito gratificante fazer parte deste momento histórico. Admiro muito o legado dele, vai muito além das quatro linhas. É muito bonito ver um goleiro, que nem sempre é visto, ser um dos maiores jogadores da história de um grande clube, como o Fluminense. Que todos nós possamos nos espelhar no Castilho, porque esses grandes exemplos vão além das nossas vidas, ficam para a posteridade.
Considerado por muitos o maior ídolo da história do Fluminense, Carlos Castilho é o atleta que mais vezes entrou em campo vestindo a camisa tricolor. Foram 697, de 1947 a 1965, com diversos títulos, entre eles o título Mundial de 1952, dois Rio-São Paulo (1957 e 1960) e três cariocas (1951, 1959 e 1964). Ficou ainda mais marcado na história do clube por ter optado por amputar parte do dedo mindinho em 1957 para reduzir o números de jogos que ele ficaria ausente por lesão.
Pela Seleção Brasileira, foi selecionado para quatro Copas do Mundo (1950, 1954, 1958 e 1962), sendo titular em 1954 e conquistando dois títulos (1958 e 1962).
Texto: Comunicação/FFCFotos: Lucas Merçon/FFC