Abel Braga garante que, apesar das dificuldades, o Fluminense não vai mudar sua forma de jogar. E desse pensamento veio a terceira vitória em quatro jogos no Campeonato Brasileiro 2017: “Para nós tudo é sofrido demais. Mas o sacrifício está valendo”, disse o técnico após a vitória por 2 a 1 diante do Vitória no Maracanã na noite deste sábado. “Contra o Vasco perdemos, mas fomos pra dentro deles. Não podemos mudar a forma de jogar, senão crio confusão na cabeça dos jogadores. Temia muito pelo segundo tempo pelo aspecto físico. O Vitória criou dificuldades no meio e a gente não estava conseguindo resolver. No intervalo resolvemos. Tivemos o domínio e terça-feira tem mais, jogo complicado, agora contra um time de Libertadores”. 

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O técnico explicou as mudanças que fez no time e disse que um treinador precisa assumir esse tipo de riscos. “Estou muito contente com as coisas que estão acontecendo. Renato, que entrou hoje, ajudou muito hoje pelo meio do campo. Começamos a criar uma situação nova na equipe que foi a troca dele com o Lucas”, lembrou.

Ele elogiou bastante a entrada de Reginaldo na zaga e confirmou que Júlio César é, no momento, o titular do time. “Eu não explico aos meus jogadores porque os tirei. Expliquei ao Júlio porque ele ia jogar. Se eu perco o jogo e o Júlio falha, eu ia ser crucificado. Essa é responsabilidade do treinador. Na posição de goleiro é preciso entender o momento. Júlio vem treinando muito bem” disse.

Para Abel era preciso saber como o time reagiria fisicamente após uma “decisão” de Copa do Brasil jogando praticamente 90 minutos com menos um: “Fomos uma equipe que, mesmo depois de 72 horas jogando com um menos contra o Grêmio, correu muito mais no segundo tempo. Mas não precisa sofrer como sofreu. Sofremos mais um gol, passamos sufoco no fim sem necessidade. Mas era um momento chave. Vamos ver até onde os jogadores vão aguentar, mas a fisiologia vai me dizer”, disse elogiando a entrada de Matheus Alessandro no segundo tempo: “Entrou folgado em campo, sem medo. Isso é bom. Deu uma assistência que poderia ter sido gol. Vitória justa mesmo com sofrimento. O Vitória não teve uma grande chance. E, de novo, fomos abraçados pela torcida e os jogadores precisam disso”, disse.

Sobre a torcida, o técnico disse que ela está entendendo a parte dela. “A torcida teve uma atitude correta com o Léo, que defende muito bem. Às vezes a vaia afeta não só o jogador que erra, mas o jogador jovem. Em 2012 a torcida também vaiou e fomos campeões brasileiros porque era um time cascudo”, lembrou. (Léo foi um dos mais vaiados na derrota contra o Grêmio).

CUIDADO

O treinador aproveitou para elogiar o bom momento vivido pelo artilheiro Henrique Dourado. “Faço uma analogia à crítica que me fizeram contra o Grêmio, quando disseram que o Dourado era quem deveria ter saído. Ele é o único jogador da minha equipe que segura a bola. Se analisar bem não tenho um primeiro volante só de marcação. Todos têm liberdade de jogar. Meu time vai muito mais para frente do que volta. E segurar a bola é fundamental. Dourado tem muito feeling. Ele é muito bom”, disse.

Para finalizar o técnico falou sobre Wendel, que jogou apesar dos problemas no ombro que o tiraram de parte do jogo contra o Grêmio no meio da semana: “O sacrifício foi tomar anestesia no ombro para jogar. Mas jogou sem dor. Ele ainda vai demorar a ficar bom de vez. Hoje ele saiu porque estava com câimbras. Suportou bem e terça-feira vai jogar de novo. Richarlison saiu com o tornozelo doendo, está com problema no cotovelo, mas vai pro jogo. Wendel deve ter os pés no chão. Subiu de forma muita rápida alguns degraus. E isso não é difícil. Difícil e manter e ele está mantendo. Porque a queda pode ser muito rápida”, disse.

Texto: Comunicação/FFC
Fotos: Mailson Santana e Nelson Perez/FFC