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Com 12 títulos em quatro anos de clube, o técnico Rômulo Rodrigues assumiu o comando do Sub-15 nesta temporada, buscando dar continuidade ao bom trabalho que tem feito em Xerém. Além das conquistas, ele tem conseguido desenvolver muito bem as gerações que comanda. Nesta entrevista ao site oficial, Rodrigues conta sua história com a base do Tricolor, que começou em 2004, projeta o futuro de sua categoria e fala sobre sua paixão pelo Fluminense.

"Lembro de todos os títulos. Em 2018, Donos da Bola Sub-12. Depois, ganhamos os dois turnos do Metropolitano Sub-12. Em 2019, conseguimos conquistar o Donos da Bola Sub-13 e os dois turnos do Metropolitano Sub-13, também conseguimos a primeira fase do Torneio Conmebol Sub-13, em Criciúma, quando ganhamos do Corinthians por 3 a 0 na final. Viajamos para o Paraguai e ganhamos do Rosario Central, nos pênaltis a grande decisão da Conmebol Sub-13. Em 2019 e 2020, ganhamos a Voltaço Cup Sub-13 e Sub-14 com as gerações 2006 e 2007, respectivamente".

Confira a entrevista completa com o técnico Rômulo Rodrigues:

História com o Fluminense:

"Eu adquiri uma franquia do Guerreirinhos em 2004, quando ainda se chamava Educação Esportiva. E aí, obviamente, fui trabalhando com isso, porque sempre gostei. Sempre fui tricolor, mas começou daí a minha ligação. Fiz o trabalho, me aproximei ainda mais do clube e, em 2018, depois de vários anos na Escolinha, o André Medeiros me fez o convite para dirigir a equipe Sub-12. Depois, em 2019, tive a oportunidade de trabalhar no Sub-13; em 2020 e 2021, no Sub-14; e, agora, em 2022, no Sub-15".  

Temporada 2022:

"Eu já tive esse desafio com a geração 2006. Acho que é legal dar continuidade ao que construí. Gera mais responsabilidade, mas não vamos começar o trabalho do zero. Eles já estão adaptados ao que pensamos. Não vamos mudar nosso comportamento e a maneira de jogar. É uma geração boa de trabalho. Na apresentação, comentei com eles que não sabemos os problemas que podemos enfrentar, mas temos certeza dos que não acontecerão, como os ligados à questão disciplinar. É um grupo bom. Acho que saímos ganhando".

Elenco:

"Conhecer a geração facilita. Ganha-se tempo em determinadas situações. Eu já sei a reação deles nos jogos, o tratamento que tenho que dar a um ou outro. A maior dificuldade ao pegar uma geração que nunca se dirigiu em um jogo é não saber o que vai acontecer. A reação no treino é uma e, no jogo, é outra. Eu sei bem a reação deles no jogo. Acho que o aspecto negativo é justamente esse. Não posso ficar engessado com o que fiz ano passado. Preciso abrir mais a cabeça em algumas situações e dar a oportunidade de realizar alguma troca ou mudança que eu talvez não tenha tido tempo de fazer. O pró e o contra são parecidos".

DNA Tricolor:

"É a forma como o Fluminense joga. Tento passá-la no jogo. Sempre cobro que eles joguem com alegria. É difícil colocar em palavras, mas é isso: uma pessoa sentar na arquibancada e reconhecer o time do Fluminense, mesmo se não estivermos jogando com a camisa do Fluminense".  

Aplicação do DNA Tricolor ao seu perfil:

"Temos um jeito de jogar extremamente ofensivo. Queremos roubar a bola o mais perto do gol do adversário e, em hipótese nenhuma, abrimos mão de atacar. A alegria do futebol é o gol. Então, queremos ficar alegres e formar atletas, não só nas partes técnica e tática, mas com um perfil vencedor, de gana. É legal ver o brilho no olhar de um atleta do Sub-20 ou Sub-17, promovido ao profissional para ganhar, roubar uma bola, marcar um gol. É o que queremos. Na grande maioria dos campeonatos, mesmo aqueles que não ganhamos, nós, geralmente, somos a equipe com o melhor ataque e a melhor defesa. Tem a ver com DNA Tricolor".

Desafio em novas competições:

"Sempre falo para eles que preciso que o grupo continue com ambição. Essa palavra é, muitas vezes, levada para o lado negativo, mas eu acho que, sem ambição no seu trabalho, não se consegue nada. Eu os desafio todos os dias. Eles têm que gostar de ser desafiados e buscar superar os desafios. Não podemos estar satisfeitos. Conquistamos no Sub-14, mas não estamos mais lá. Quem ganhou, ganhou. Temos campeonatos específicos da categoria Sub-15, como a Copa Nike. Se eles não se dedicarem e lutarem ao máximo para tentar conquistar esses títulos, eu posso até ter mais uma chance como treinador do Sub-15, mas eles não vão ter. É algo que os marca no clube. Eles têm que brigar como se fosse a última oportunidade na categoria, porque, na verdade, é".  

Segredo do trabalho:

"Me sinto privilegiado por ser tricolor. Faço uma coisa que eu gosto. Faço vários trabalhos, fico pensando, troco ideias… Eu realmente vivo isso 24 horas por dia. Acho que dá resultados positivos. Acabo influenciando o pessoal da comissão e os atletas a serem focados para conquistar títulos".

Conquistar títulos x formar jogadores:

"Se conseguirmos formar bem, em um time competitivo, dificilmente não conseguiremos ganhar. Uma coisa é ligada à outra. Podemos passar um ano ruim, formar um bom time sem ganhar títulos, mas não conseguiremos formar uma geração assim. Porque o Fluminense é um time vencedor. No profissional, não se aposta num garoto que, na base, não ganhou nenhum título. Pode acontecer, mas é difícil vingar. Um garoto com quatro, cinco, seis títulos nacionais ou regionais chega ao profissional de uma forma diferente. Ele é visto, valorizado. Os jogadores encontram durante seis, sete anos a mesma geração. Eles se reconhecem, se respeitam. O respeito também vem através do título. Quando se encontram no profissional, reconhecem o que fizeram no passado e mantêm o respeito".

Comunicação FFC
Foto: Leonardo Brasil/FFC