Nesta quinta, 28, dirigentes do Botafogo, Vasco da Gama, Flamengo e Fluminense se reuniram na sede do clube rubro-negro para uma entrevista coletiva e falaram sobre os impactos da Medida Provisória nº 841/2018. Publicada no dia 12 de junho, MP prevê que, a partir de 2019, 78% do valor destinado pelas loterias ao Ministério do Esporte passarão para o recém-criado Fundo Nacional de Segurança Pública. Um prejuízo de quase meio bilhão.Márcio Trindade, vice-presidente de Esporte Olímpico do Fluminense, falou sobre a mudança, que prejudica não apenas o alto rendimento, mas uma série de iniciativas de relevante cunho social:"Estamos tentando fazer a nossa parte. Trazendo crianças e adolescentes da rua para os clubes, dando a eles condições de conviverem em um ambiente saudável. Não há dúvidas de que isso diminui a criminalidade. São clubes unidos, atletas engajados, políticos ligados ao esporte e que precisam fazer jus aos votos que receberam, todos juntos. Queremos levantar uma bandeira e continuar com o trabalho. Até para reduzir a verba é preciso um planejamento. Não podem romper o ciclo olímpico de forma tão abrupta", disse.
Junto com o VP Olímpico do Tricolor, participaram da coletiva Alexandre Póvoa, vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo; Jorge Veríssimo, vice-presidente de quadra e salão do Vasco; Gláucio Cruz, diretor de esportes olímpicos do Botafogo e o secretário de Esporte, Lazer e Juventude, José Ricardo Brito, que também mostrou preocupação com a aprovação da lei:“Não é tirando dinheiro do esporte que vamos melhorar a segurança pública. Isso só criará outro problema. Temos projetos sociais em comunidades que concorrem diretamente contra o tráfico. Muitas crianças precisam do esporte para de manterem longe dessa realidade".Se a MP virar lei, o CBC - Comitê Brasileiro de Clubes pode perder toda a verba, cerca de R$ 62 milhões (confira a nota de repúdio emitida pela entidade clicando AQUI). O COB perderia R$ 9,4 milhões; o Comitê Paralímpico do Brasil perderia R$ 5,3 milhões e a Fenaclubes cerca de R$ 3,2 milhões, além das secretarias estaduais de esporte, que ficariam sem R$ 196 milhões.Para os dirigentes, o governo não pode interromper um trabalho tão relevante e que já sofre com a escassez de recursos:"O esporte está estritamente ligado à educação. Com ele, podemos tirar as crianças da mão dos traficantes e torná-los cidadãos melhores", disse Jorge Veríssimo, do Vasco. "Todos os times estão unidos. Tirar esse dinheiro vai acabar com os olímpicos em um país que desvaloriza tanto essas modalidades" falou Alexandre Póvoa, do Flamengo. "É muito difícil fazer esporte olímpico. Estamos conseguindo diminuir essas dificuldades com muita luta“, completou Gláucio Cruz, do Botafogo.Somente nos últimos 3 anos, o Fluminense investiu na compra de materiais e equipamentos das seguintes modalidades: natação, nado sincronizado, saltos ornamentais, polo aquático, voleibol e basquetebol olímpico, além do basquetebol em cadeira de rodas (paralímpico). O ginásio foi revitalizado e ganhou novos pisos transportáveis no padrão utilizado pela Rio 2016 e o clube ganhou novos cronômetros, placares, balizas, equipamentos de som e análise de vídeos, importantes para o desenvolvimento e formação de atletas olímpicos e paralímpicos. Todas as mudanças realizadas com o repasse de verbas feito pelo CBC."Temos um país enorme, que poderia ser a maior potência esportiva, mas o governo não vê isso. Perdemos o incentivo para os jogos estudantis. São mais de 200 campeonatos suspensos, dois anos após o Rio sediar uma olimpíada. O que vamos fazer com o legado? Os equipamentos estão parados. Tirar a incentivo ao esporte não resolve o problema da violência no Brasil. Os clubes vão continuar formando, eu não tenho dúvida disso. Não vai acabar. O Fluminense vai continuar investindo. Mas vai chegar uma hora que teremos que reduzir. Por isso estamos unidos, pedindo que reparem esse equívoco", finalizou Márcio Trindade.Comunicação FFCFotos: Mailson Santana/FFC
Utilizamos cookies para melhorar sua experiência, otimizar o desempenho, analisar seu uso do site e personalizar o conteúdo. Para mais detalhes, consulte nossa Política de Cookies. Saiba mais sobre como protegemos seus dados acessando nosso Termo de Nomeação do Encarregado pela Proteção de Dados.
Utilizamos diferentes tipos de cookies para otimizar sua experiência em nosso site. Clique nas categorias abaixo para saber mais sobre suas finalidades. Você pode escolher quais tipos de cookies permitir e alterar suas preferências a qualquer momento. Lembre-se de que desativar cookies pode afetar sua experiência no site. Você pode saber mais sobre como usamos cookies visitando nossa Política de Cookies.
Esses cookies são indispensáveis para dar suporte às funcionalidades principais do site, como oferecer um login seguro.
Esses cookies ajudam a exibir conteúdos publicitários relevantes para você.
Esses cookies analisam o uso do site para otimização.
Esses cookies facilitam a medição e a análise para melhorar a experiência de navegação.