Enquanto dentro de campo os jogadores fazem o máximo para conquistar bons resultados, fora das quatro linhas diversos profissionais também trabalham duro para elevar o nível de competitividade da equipe. E para desenvolver ainda mais um dos setores que dá suporte à comissão técnica, o Fluminense terá pela primeira vez um representante na Conferência de Analítica do Esporte, o principal evento mundial sobre o tema, promovido anualmente pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Coordenador do Departamento de Ciência de Dados e Desempenho do clube (Decide), o cientista de dados Pedro Pereira, que também é membro do Laboratório de Ciências do Futebol da UFRJ, terá a oportunidade de estar em contato com as melhores práticas da área no esporte mundial - não só o futebol, como outras modalidades - e fará uma apresentação do trabalho realizado pelo Fluminense para os membros do Laboratório de Analítica Desportiva da Universidade de Harvard.
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Pedro Pereira é o cientista de dados coordenador do DECIDE
- Conversei com o professor Mark Glickman, um estatístico e acadêmico renomado de uma das mais conceituadas universidades do mundo, ele se interessou pelo trabalho que temos feito aqui e nos convidou para uma apresentação. Vejo como uma oportunidade de abrir uma via de colaboração científica e, quem sabe, estabelecer uma pareceria institucional entre o Fluminense e Harvard, considerando que o laboratório do professor Glickman já tem uma relação, por exemplo, com os atuais campeões da NFL, Philadelphia Eagles. A perspectiva é consolidar no clube um ambiente de pesquisa e desenvolvimento nos moldes de alguns dos grandes times do planeta, principalmente, Inglaterra, como Arsenal e Liverpool, e efetivamente romper fronteiras entre o futebol e as universidades, assim como já acontece há alguns anos na parceria entre a seleção da Alemanha e a Universidade de Desporto Alemã, em Colônia. Em relação ao futebol brasileiro, a gente já tem um diferencial que é desenvolver todos nossos algoritmos e soluções computacionais “in house”, ou seja, internamente, em vez de utilizarmos uma empresa terceirizada com um modelo pré-estabelecido, o que nos dá maior poder de ação e flexibilidade - explica Pedro Pereira.
Em um país cuja cultura das estatísticas no esporte é amplamente difundida, como nos Estados Unidos, o profissional Tricolor vai poder acompanhar como a analítica do esporte é utilizada e aplicada para desenvolver o rendimento de atletas e equipes de diversas modalidades. No futebol, especificamente, Pedro Pereira irá encontrar o coordenador do departamento de analítica do New England Revolution, time da principal liga norte-americana.
- Nosso trabalho é analisar um grande volume de dados e informações armazenados - chamamos de big data - e, diante desses dados, fazer a pergunta correta para encontrar as informações relevantes. Não adianta ter um volume colossal de dados e não saber o que procurar. Dispor apenas de indicadores mais superficiais e clássicos como posse de bola ou finalizações, muitas vezes, pode gerar mais confusão do que esclarecimento. Buscamos indicadores específicos e desenvolvemos nossas próprias métricas avançadas de desempenho, de acordo com as demandas que nos são apresentadas. Procuramos com esse trabalho encontrar margem para trazer ao time alguma vantagem competitiva adicional em situações que normalmente não seriam percebidas - conta Pedro.
A apresentação no laboratório de Harvard acontece na próxima quinta-feira, dia 22. A Conferência de Analítica do Esporte, do MIT, acontece nos dias 23 e 24 de fevereiro.
Texto: Comunicação/FFCFoto: Lucas Merçon/FFC